quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Português - Paralelismo sintático, como se dar bem no assunto queridinho da FGV

E ai, meu povo!

Estou me preparando para um concurso público cuja banca é a FGV. Depois de fazer umas vinte provas de português da banca percebi alguns assuntos que batem ponto em praticamente TODAS, eu disse TODAS as provas. Três deles eu já trabalhei em posts anteriores. É só você pesquisar ali do lado que vai achar explicações valiosas.  

O assunto desse post é Paralelismo Sintático. Não só FGV, mas CESPE e ESAF também gostam muito de cobrar esse tema que não é difícil.

Vocês vão ver a seguir como resolver questões do assunto sem dor de cabeça. Sigam-me os bons!

O Paralelismo Sintático pode ser definido como o encadeamento (ou entrelaçamento) de funções sintáticas idênticas ou um encadeamento de orações de valores sintáticos iguais.

Portanto o paralelismo sintático e semântico estabelece relações de semelhança existente entre palavras e expressões que se efetivam tanto de ordem morfológica (quando pertencem à mesma classe gramatical), sintática (quando há semelhança entre frases ou orações) e semântica (quando há correspondência de sentido entre os termos). 





Na frase da mãe da menina Mafalda há a ocorrência de paralelismo, observem: As três orações obedecem a uma mesma estrutura sintática: iniciam-se com a preposição “para” e mantêm o verbo no infinitivo. A essa equivalência estrutural, damos o nome de paralelismo.

Nessa situação haveria uma quebra de paralelismo, por exemplo, se no lugar da fala "para fazer deste mundo um mundo melhor" houvesse a fala "por que sim", uma vez que não seguiu a estrutura morfo-sintática estabelecida pelos termos anteriores.

Olhando assim parece ser uma coisa simples, contudo os exemplos dados até agora foram  "mel na chupeta". A partir de agora, darei alguns exemplos de frases que são ditas no dia-a-dia e que contem quebras de paralelismo quase invisíveis.

Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a Holanda.

Pode não parecer, mas há uma quebra de paralelismo nessa estrutura.

Vejam que "o time do Brasil", se refere a seleção brasileira, enquanto o termo "a Holanda" gera um desequilíbrio, pois passa a ideia de que a seleção Brasileira enfrentará o país Holanda.

A frase melhor reescrita ficaria assim:

Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar o time da Holanda.

Os termos nessa frase que geram o paralelismo são: "o time do Brasil" (artigo+substantivo+preposição+substantivo) "o time da Holanda" (artigo+substantivo+preposição+substantivo).

Um outro exemplo:

Se eles comparecessem à reunião, ficaremos muito agradecidos.

Essa outra falha linguística tem uso indiscriminado em nossa linguagem coloquial. Trata-se de uma falha na escrita dos verbos. Vejam que "comparecessem" está conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo enquanto "ficaremos" está conjugado no futuro do indicativo, quando deveria estar no futuro do pretérito (condicional).

Vejam como ficaria a correção:

Se eles comparecessem à reunião, ficaríamos muito agradecidos.

Provavelmente nesse momento você deve estar querendo se jogar de um prédio. Não vou mentir, não é uma coisa fácil, entretanto se você estiver atento e fazer uma análise aprofundada da sentença dada conseguirá resolver essa pendenga. 

Vou dar algumas dicas para você aumentar suas chances de acertar questões dessa matéria.

Dica 1

Uma das formas mais utilizadas para verificar a existência ou não de paralelismo é encontrar os conectivos da frase. Esse marcadores que geram muitas vezes a sensação de equivalência. Veja:

E..: Os estudos apontaram para uma forte acidez e uma escura pigmentação.

Seja… seja: 'Seja jovem, seja adulto, o motorista brasileiro se porta como quer'.

Ou… ou: Você decide, ou eu entrego os livros na biblioteca ou eu vou ao banco pagar o IPTU.

Tanto… quanto / Quanto..tanto: Tanto os motoristas americanos quanto os motoristas europeus impressionam pela educação no trânsito.

Não… e não/nem: Os motoristas de outros países não são bonzinhos nem são melhores do que os do nosso país.

Não só… mas/como também: Sementes de milho usadas para fazer pipoca foram encontradas não só no Peru, como também no atual Estado de Utah, nos Estados Unidos, o que sugere que ela fazia parte da alimentação de vários povos americanos.

Tão...que: O chá estava tão quente que queimei minha língua.

Dica 2
Uma outra forma de se estabelecer o paralelismo é através do emprego de tempos verbais, veja os exemplos:
O general autorizaria (futuro do pretérito do indicativo) o ataque se recebesse (pretérito imperfeito do subjuntivo) o aval do governo.
O general autorizará (futuro do indicativo) o ataque se receber (futuro do subjuntivo) o aval do governo.
Nas frases acima pode-se perceber que houve uma coerência na utilização das formas, de modo que a frase fluiu sem que houvesse qualquer discrepância. Elas apresentaram um incerteza quanto a ação.
Agora veja:
O general autorizaria (futuro do pretérito do indicativo) o ataque se receber (pretérito imperfeito do subjuntivo) o aval do governo.
O general autorizará (futuro do indicativo) o ataque se recebesse (pretérito imperfeito do subjuntivo) o aval do governo.
A quebra da relação fica evidente nas duas frases acima. Esse é um exemplo de erro de emprego de tempos verbais.
Dica 3
A próxima dica relaciona-se diretamente ao emprego de palavras e orações. Acompanhem os exemplos:
Adjetivo e adjetivo: Esperava uma união feliz e capaz de trazer frutos.

Dois Advérbios (ou locuções adverbiais): O vento ocorria frenquentemente e enfurecidamente nas regiões costeiras.

Termos regidos pela mesma preposição: Toda criança necessita, em parte, de alimento e, em parte, de carinho.

Orações Interligadas sem conectivos: Mas percebe-se que nos dias de hoje a politica tem feito a população se estarrecer, se revoltar, se indignar e se desesperar.

Duas orações adjetivas: Esperava uma união que fosse feliz e que fosse capaz de trazer frutos.

Duas orações reduzidas: Saiu rápido por já estar pronto e por ter pressa.

Duas orações desenvolvidas: Saiu rápido porque já estava pronto e porque tinha pressa.

Duas orações subjetivas: É preciso que fuja rápido e que leve seu irmão.
Bom galera, no mais prestem bastante atenção se há frase está estruturada de forma a gerar uma estética perfeita e simétrica.

Espero ter ajudado!








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